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Que haja sempre a Presença de DEUS em sua vida!!!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

24 DE MAIO DIA DA EXPERIÊNCIA DO CORAÇÃO ABRASADO DE JONH WESLEY


Hoje é um dia muito especial na nossa história de METODISTAS.

Ao relembrar a data que marcou a vida de João Wesley e celebrada até os dias atuais, o Dia do Coração Abrasado ficamos sem dúvida muito emocionados e ressaltamos que este é um dia muito especial.

Todavia não pode ser este apenas um dia comemorativo eternizado em nossa memória, apenas um marco na vida cristã: mui respeitosamente, entendo que este dia deve possibilitar a nossa pessoal reflexão de nossa própria vida, experimentando uma viva realidade em aquecidos corações de homens e mulheres que não se conformam com o pecado e situações deste mundo e se empenham em mudar histórias.

Nosso João Wesley, fundador do movimento metodista, viveu na Inglaterra, no século XVII, quando o cristianismo estava se consumindo. Ao invés de influenciar, impactar e mudar as vidas das pessoas, o que acontecia era exatamente o contrário. Havia uma apatia e uma degeneração moral em meio aos cristãos. Dentre os que não se conformavam com esse quadro de paralisação e conformismo apresentado pelos cristãos, estava João Wesley, que logo se destacou como líder no meio do povo.

Wesley se manifestava como um inconformado com o quadro cristão do século XVII. Não mediu esforços para lutar, falar, ponderar, apresentar argumentos bíblicos que durante anos expressava esse sentimento de insatisfação, até que em 24 de maio de 1738, na Rua Aldersgate, em Londres, passou por uma experiência espiritual extraordinária, descrita em seu próprio diário:

“Cerca de nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração”.

Permita-me apresentar uma particular interpretação da história: Entendo que o nosso João Wesley, ao viver esta experiência este novo sentir não encarou como se fosse uma conversão de um infiel a Cristo Jesus. Entendo que ele experimentou um aprofundar na compreensão do que significa ser cristão, experimentou um “nível mais profundo de intimidade” com DEUS.

Se fizermos um comparativo com o atual momento a situação da sociedade em que estamos inseridos não é muito diferente da mesma que acontecia nos tempos de Wesley. Além da apatia, que tem assolado muitas pessoas e feito esses desanimarem e viverem indiferentes a tudo o que acontece, desigualdade, violência, doenças, miséria e crises pessoais, tem marcado essa geração.

As perguntas que faço a mim mesmo é:

• Tenho contribuído como referencia, apresentando minha vida em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS?

• Tenho transformado o ambiente que vivo proporcionando as pessoas experimentarem e comprovar a boa, agradável e perfeita Vontade de DEUS?

• Qual é o meu sentimento diante das notícias do dia-a-dia? Indiferença a preocupação de levar a Palavra de esperança e agir como um discípulo de Cristo?

• Como tenho abastecido meu coração? Aquecendo pela chama do Espírito Santo ou resfriado pelos conceitos deste mundo?

O tempo é este e a hora é agora! Como Wesley, não posso me conformar. Tenho que me levantar e me colocar nas mãos de DEUS e por ELE ser usado! Todo dia é dia de viver a experiência do Dia do Coração Aquecido!

Pr. Renato Alves Neves

Outro texto muito bom por um estudioso metodista Rev. Duncan Alexander Reily:

1738-2010: ALDERSGATE DEPOIS DE 272 ANOS

Foi exatamente há 272 anos atrás que John Wesley, na noite de 24 de maio de 1738, recebeu o dom de fé em Jesus Cristo e, com ela, a segurança de que tinham sido perdoados seus pecados e ele salvo "da lei do pecado e da morte". Por ter ocorrido a experiência no salão de uma Sociedade Religiosa à Rua Aldersgate, em Londres, o evento é conhecido dos metodistas como a experiência de Aldersgate. Por que relembrar esta data hoje? Entre as muitas razões que poderiam ser mencionadas, algumas das mais significativas ao meu ver são essas que indico abaixo:

1 - Aldersgate coloca o Metodismo bem dentro do Protestantismo em geral. O próprio John Wesley encarou sua experiência de 24 de maio como o clímax de uma longa caminhada de busca religiosa, o que ocorreu através de uma confiante entrega do seu próprio ser nas mãos de Jesus Cristo, como seu Salvador pessoal e Senhor da sua vida. Tão marcante lhe foi o evento que, para torná-lo mais compreensível para outros, ele o situou numa pequena autobiografia que, tudo indica, preparou especialmente para Suzana, sua mãe.

É notável a centralidade da Bíblia em toda a narrativa, mormente a preocupação de Wesley com temas do Apóstolo Paulo. Suas freqüentes citações, especialmente da Epístola aos Romanos, mostram como Cristo lhe fazia presente através da Palavra. Não é sem significado que fora ao ler Romanos 1:17 ("O justo viverá da fé") que Lutero, séculos antes, havia percebido a natureza graciosa de Deus ou seja, descobria na Palavra o Deus gracioso que tão avidamente vinha buscando. Na véspera de sua experiência, John Wesley escreveu uma carta a um amigo, em que toda a sua angústia espiritual era expressa na linguagem da Epístola de Romanos, concluindo com as palavras de Paulo que se sentia "vendido sob pecado" (Rm 7:14). Mas se na véspera, sem fé pessoal em Cristo, só podia se ver condenado, no dia 24 de maio, foi quando "alguém lia do prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos, cerca de quinze para as nove horas (da noite), enquanto ele descrevia a mudança que Deus opera no coração pela fé" que Wesley pode experimentar a fé pessoal em Cristo.

Como acontecera em Lutero tanto tempo antes, a palavra de Paulo em Romanos 10:17 ("...a fé é pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus") se cumpriu em John Wesley. Assim ele não apenas aprendeu de Martinho Lutero a doutrina máxima da Reforma, a Justificação pela fé, mas também ele havia experimentado a fé e com ela o perdão dos seus pecados e a paz com Deus que acompanha o perdão; o que é a essência da doutrina. Portanto, Aldersgate fala do essencial do protestantismo do movimento Metodista, alicerçado como foi na Palavra de Deus e na Justificação pela fé, e testemunha a dívida que os metodistas têm com Martinho Lutero.

2 - Em segundo lugar, Aldersgate define o lugar da experiência no Metodismo. Isto não o constitui em um molde a ser reproduzido em toda pessoa a que quer ser reconhecida como metodista. Basta lembrarmos que a experiência de Carlos Wesley, ocorrida no dia 21 de maio ( portanto, três dias antes da de John), foi bem diversa da do irmão, mas nem por isso menos autêntica. A experiência pessoal de fé ( confiança) em Cristo e a conseqüente salvação sempre têm sido consideradas pelos metodistas não coisas raras para alguns poucos privilegiados, mas uma ocorrência normal a ser desfrutada por todo cristão, quer homem, quer mulher, fazendo-lhe nova criação em Cristo.

Este fato tem reais conseqüências em todos os níveis e expressões da vida religiosa para metodistas. A fé é sempre mais que uma proposição intelectual a ser aceita como verdadeira; é muito mais um relacionamento pessoal a ser estabelecido, nutrido e fortalecido, com Deus em Cristo. Uma vez que a experiência é central, a especulação passa a ser muito menos importante que a prática. O verdadeiro seguidor de Jesus não é aquele capaz de definir em termos precisos a maneira exata em que Deus se uniu com a humanidade de Jesus; pelo contrário, "conhecerão que sois meus discípulos", disse Jesus, "se vos amardes uns aos outros" (Jo 13:35; Tg 2:18; Mt 25:31-46).

3 - Podemos afirmar finalmente que a experiência fez uma diferença qualitativa na vida e no ministério de John Wesley. Alguns estudiosos de Wesley, destacando a rica herança religiosa da família Wesley (inclusive a profunda influência da mãe Suzana); suas disciplinas já antigas de oração e devoção; a preocupação com os necessitados; e o fato de o próprio Wesley se referir a três começos do Metodismo (1729, o "Clube Santo de Oxford"; 1736, a pequena Sociedade dentro da paróquia de Savana, Geórgia; e 1939, quando da organização das sociedades metodistas em Londres) não indicando a data de 24 de maio de 1738 como o início do Metodismo, alguns estudiosos, dizíamos, pelos motivos citados, tendem a minimizar a importância de Aldersgate.

Por que insistir, então, em destacar Aldersgate? Porque o próprio Wesley o destacou! Contra aqueles que argumentam que Wesley nunca mais se referiu a Aldersgate, eu reafirmo o que já demonstrei no meu livro Metodismo Brasileiro Wesleyano, páginas 90 a 94, a saber: a) Suas afirmações verbais, testemunhadas pelo irmão Carlos e outros; b) o novo espírito e a nova ênfase da sua pregação (justificação pela fé); c) o testemunho das suas cartas; e d) o testemunho dos Journals, especialmente os versículos dos frontispícios. Toda esta evidência combina para atestar que, pelo menos até setembro de 1740, Wesley menciona enfaticamente sua experiência do "coração aquecido".

Devo insistir ainda que o próprio Wesley percebeu duas diferenças essenciais entre seu estado antes e depois de Aldersgate. "Então aprendi que paz e vitória são essenciais à fé em Cristo... Eu descobri que a diferença entre o meu atual e antigo estado, principalmente consistia nisso. Eu lutava, sim, pelejava com todas as minhas forças debaixo da lei como debaixo da graça. Mas então era às vezes, senão freqüentemente vencido; agora era sempre vencedor."

Wesley tem razão em insistir que o movimento Metodista tem a ver com comunidades e não só com indivíduo. Mas o movimento Metodista só passaria a ter consistência, permanência e real eficácia depois de Aldersgate, quando, sob a orientação de "novo" Wesley, agora com uma fé vital e atuante, que começa a organizar pessoas que como ele (antes de Aldersgate) buscam, com sua ajuda, a "fugir da ira vindoura".

Estas pessoas, cônscias do seu estado pecaminoso, eram encorajadas por Wesley a "produzir frutos dignos de seu arrependimento" por:

a) evitar o mal (inclusive o de amontoar tesouros sobre a terra);

b) praticar o bem ( inclusive alimentar os famintos, vestir os nus, etc) e;

c) usar os meios de graça como devoção particular e a pública adoração a Deus.

Nas reuniões metodistas, milhares de mulheres e de homens experimentaram pessoalmente a fé em Cristo e a transformação que disso resultava. Assim, já em 1744, os irmãos Wesley, e alguns dos seus mais íntimos colaboradores concluirão que o próprio Deus havia levantado "o povo chamado metodista" para "reformar a nação, principalmente a Igreja e a espalhar a santidade bíblica por toda a terra."

É tudo isso, e não apenas o que aconteceu no coração de um indivíduo, que os mais de cinqüenta e quatro milhões de metodistas ao redor do mundo estão sendo chamados a celebrar!

ALGUMAS PALAVRAS FINAIS

Algumas palavras de Martinho Lutero, o Reformador Protestante, que foram ouvidas naquela noite de 24 de maio de 1738:

“...a fé é uma energia do coração, tão eficaz, viva e inspiradora, que é incapaz de permanecer inativa. A fé é uma constante confiança na misericórdia de Deus para conosco, pela qual nos lançamos inteiramente em Cristo e nos entregamos inteiramente a ele”.

Algumas palavras de Wesley sobre sua experiência naquela noite de 24 de maio de 1738:

“À noite fui, fui sem grande vontade a uma reunião na Rua Aldergate, onde alguém lia o prefácio de Lutero à Epístola ao Romanos. Cerca de um quarto para as nove, enquanto ele descrevia a mudança que Deus realiza no coração pela fé em Cristo, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação; e uma segurança foi-me dada, de que Ele havia perdoado os meus pecados, sim os meus pecados, e salvou-se do pecado e da morte.”

Algumas palavras do livro “Pequena História do Povo Chamado Metodista”, de João Wesley Dornellas, um metodista do século XXI sobre a experiência de Wesley naquela noite de 24 de maio de 1738:

“Nessa experiência do coração aquecido, Wesley encontra aquilo que tanto desejara, a transformação de sua religião de temor numa religião de amor. Como dizia, relembrando a parábola do Filho Pródigo, ele passou da condição de escravo a filho. Daí, sua relação com Deus, antes apenas legalista, passa a ser uma relação de fé e confiança.”